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A FOTOGRAFIA DE “THE NEON DEMON”

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • 19 de set. de 2017
  • 3 min de leitura

Apesar de ter sido vaiado em sua exibição no Festival de Cannes em 2016, não é possível negar que as imagens de “The Neon Demon” (Nicolas Winding Refn, 2016) são bem produzidas, com uso intenso de cores, jogos de luz e sombra, cenários e até maquiagem e figurino, para representar as cenas de transição da protagonista, bem como o luxuoso e competitivo mundo da moda em que as personagens estão inseridas.


(The Independent/Reprodução)


O longa conta a história de Jesse (Elle Fanning), uma menina de dezesseis anos e aspirante a modelo que acaba de se mudar para Los Angeles, após a morte dos pais. Ela causa inveja por sua beleza e, assim, consegue trabalhos mais facilmente do que as colegas de profissão, na competitiva indústria da moda. Ela acaba se deslumbrando com esse universo, ao mesmo tempo que causa fúria nas outras modelos, já experientes no ramo, além de chamar atenção de outros profissionais da moda. Uma dessas pessoas é Ruby (Jena Malone), maquiadora um tanto misteriosa que se oferece para ajudá-la, mas que acaba atraída por Jesse e, posteriormente, causa uma tragédia no filme.

A composição dos quadros é extremamente teatral, graças ao trabalho da diretora de fotografia argentina Natasha Braier. Cada personagem parece estar performando para a câmera e, por isso, a naturalidade é deixada de lado em diversos momentos. O que assistimos são verdadeiras “pinturas vivas”.


(Cliff Martinez/Reprodução)

Uma das várias cenas emblemáticas do filme se encontra no momento da audição de Jessie para o primeiro desfile de sua carreira, é possível perceber que, apesar de aspirante, ela ainda assim se encontra no centro da composição. Não apenas por ser a protagonista, mas mostrar sua beleza e destaque diante das outras modelos. As cores neutras ao fundo, nos trajes, nos cabelos presos, na maquiagem e o andar destacam os corpos das modelos para avaliação do contratante, ao mesmo tempo em que posteriormente devem serem escondidos para não darem mais destaque do que as roupas. A situação também mostra o quão exigente a carreira na indústria da moda pode ser.


(Foto/Reprodução)

Ao longo do filme, percebe-se mudanças drásticas de cores em várias cenas, bem como no figurino e maquiagem, principalmente quando se trata da protagonista e no momento de transição de sua personalidade, inocente e receosa no início, mas “perigosa” e ambiciosa quando percebe que está conseguindo o que desejava. No entanto, cada cena é composta por cores similares, sempre mantendo um bloco de tonalidade.


É possível perceber as mudanças de estilo da protagonista ao longo do filme. No início, marcada por tonalidades azuis, representando a sua inocência. Posteriormente, marcada pelo amarelo, talvez simbolizando a riqueza. (The Take/Reprodução)

O corte seco, sem transições, traz expectativa ao espectador e uma sensação de dinamicidade à trama, pois sempre se aguarda qual o próximo elemento no centro da cena.


As composições de cores se mantêm em tonalidades semelhantes. O roxo mostra a questão do luxo, do desejo e do poder. (Twitter Cinema Palletes/Reprodução)

O filme apresenta vários elementos esotéricos, repletos de simbologias que vão desde a mitologia até a bruxaria. Pode-se haver, também, uma polêmica em relação ao roteiro, graças aos fatores mencionados acima, além de várias críticas sobre a questão da padronização no mundo da moda. Porém, no que diz respeito à fotografia, vimos uma prévia do ótimo trabalho desenvolvido por Braier. Assistam e opinem!


Fique com o trailer do filme logo abaixo:


 
 
 

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